segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vamos fazer figa?


Muito mais antiga que imaginamos, a Figa hoje pode ser considerada um símbolo de religiosidade. De origem italiana e com forte presença na Grécia e Roma antigas, era muito usada pelos Etruscos (povos que viviam na região de Etrúria,Itália) provavelmente entre os anos 1200 e 700 a.C. Seu nome original é Manofico, uma junção das palavras mão e figo (fruta que, na gíria desses povos, significava vagina).
Antes de se tornar um amuleto ligado a sorte, era denominado “símbolo da fertilidade", pois, representado pelo dedo polegar, introduzido pelos dedos indicador e médio, lembra a rigidez do membro masculino penetrando os lábios vaginais femininos.
A idéia de sorte e proteção contra mal olhado relativa a figa, se deu por conta de uma crença desses povos. Eles acreditavam que enquanto os espíritos maus se distraíam observando a genitália através da figa, não pairariam sobre o ambiente.
Trazida ao Brasil pelos Europeus, rapidamente ganhou fama de amuleto poderoso e terminou por ser incorporada à tradição afro-brasileira, que instantaneamente é ligada a Bahia.
Por ser considerado além de fértil, fálico, pode variar o significado de acordo com o país. Na França, Grécia e Turquia, por exemplo, fazer figa significa um insulto (como para nós seria erguer o dedo médio), já na Holanda, Dinamarca e Alemanha, fazer figa para alguém é convidá-lo para fazer sexo.
Segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo, em seu Dicionário do folclore brasileiro, “A figa é um dos mais antigos e eficazes amuletos contra o mal olhado”.
A mais conhecida figa no Brasil é a feita com a raiz da planta de Guiné, citada inclusive na música Figa de Guiné, composta por Reginaldo Bessa e Nei Lopes, interpretada pela cantora Alcione.

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